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FOGO – O que é e como se desenvolve
Triângulo do fogo
O fogo é uma reação química exotérmica, ou seja, que liberta calor, entre uma substância combustível e um comburente.
Para que o fogo / combustão, tenha lugar é necessário a combinação simultânea de três elementos básicos: Combustível; Comburente (oxigénio) e Energia de ativação (calor).
Basta que uma fonte de calor entre em contacto com um combustível, na presença de ar, para que tal reação ocorra.
Os 3 elementos básicos do fogo são normalmente representados por um triângulo, conhecido por Triângulo do Fogo.
A propagação do calor dá-se por:
Condução – Passando, por contacto, de um material para outro. Esta transferência de calor é mais notória quanto melhor condutor for o material (ex.: metais). Este fenómeno é bastante compreensível quando seguramos uma barra de ferro numa das extremidades e colocamos a outra junto a uma fonte de calor, passados alguns minutos começamos a sentir o aumento de temperatura na extremidade em que seguramos a barra.
Conveção – A diferença de densidade dos gases quentes e frios provoca correntes de ar. Para compreendermos este processo basta pensarmos que, se tivermos um aquecedor a óleo a funcionar, sentimos mais calor por cima do aquecedor, a 50 cm, do que lateralmente, a 10 cm.
Radiação – O calor transmite-se por ondas eletromagnéticas no domínio do infravermelho. Esta maneira do calor se propagar justifica o porquê do Sol nos aquecer ou o funcionamento dos microondas. De realçar que, no primeiro caso, entre o Sol a Terra, existe um enorme vazio e que, no segundo caso, não se vê nada em brasa, contudo os alimentos são aquecidos.
Fases de um incêndio:
O desenvolvimento de um incêndio é um fenómeno bastante aleatório, dependendo essencialmente dos seguintes factores: Tipo de combustível; Disposição do combustível; Renovação de ar.
Contudo distinguem-se quatro fases, que são: Eclosão; Propagação; Combustão contínua; Declínio das chamas.
Eclosão – Como o próprio nome indica esta é a fase inicial do incêndio. A sua duração está condicionada fundamentalmente à qualidade e quantidade do material combustível.
Propagação – Nesta fase, a combustão ativa-se rapidamente transmitindo-se aos combustíveis vizinhos, o processo de propagação é contínuo correspondendo a uma elevação gradual da temperatura no compartimento onde se desenvolve o incêndio.
Normalmente, entre os 500 e os 600 ºC, ocorre um fenómeno que origina que todos os combustíveis se auto inflamem. Este fenómeno é designado por Inflamação Generalizada ou “Flash Over”. O “Flash Over” determina o fim da fase da propagação.
Combustão contínua – Durante esta fase, a temperatura no compartimento mantêm-se praticamente constante e no seu ponto máximo.
Nesta fase é comum existir combustível ainda em grande quantidade, sendo o fogo controlado pela quantidade de oxigénio (ar) disponível – trata-se, neste caso, de um fogo controlado pela ventilação.
Declínio das chamas – À medida que o combustível vai sendo consumido, as chamas vão diminuindo de intensidade e, consequentemente, a taxa de libertação de calor diminui – o declínio das chamas pode ser antecipado se a dissipação de energia for superior à sua produção, provocando a diminuição da temperatura no compartimento até à temperatura normal.
Classes de fogos:
Os materiais combustíveis, quando ardem, nem sempre dão origem a fogos com as mesmas caraterísticas.
Todos nós sabemos que o gás de cozinha, butano, não arde da mesma maneira que um fósforo, não só pela cor da chama como na quantidade de calor que liberta.
O estudo dos vários combustíveis, levou à normalização dos combustíveis e dos fogos, criando 4 classes:
- Classe A – Fogos que resultam da combustão de materiais sólidos. Ex. Madeira, Tecidos, Borracha…
- Classe B – Fogos que resultam da combustão de materiais líquidos. Ex. Gasolina, Álcool, Óleo…
- Classe C – Fogos que resultam da combustão de gases. Ex. Butano, Propano, Acetileno…
- Classe D – Combustão de metais. Ex. Sódio, Potássio, Magnésio…
Fumos:
Os fumos são, na maioria dos casos, o principal inimigo durante o desenvolvimento do incêndio. Expandem-se muito rapidamente, principalmente das zonas baixas para andares superiores, dificultando a visibilidade e irritando o sistema respiratório. O fogo, para além de calor e de fumos, produz variados gases tóxicos, podendo provocar a morte muito antes das chamas se aproximarem.
Os principais gases libertados durante uma combustão são:
O monóxido de carbono – Mais leve que o ar, é tóxico (impede o oxigénio de atingir o cérebro) e combustível;
O dióxido de carbono – Mais pesado que o ar, é asfixiante (provoca aceleração na respiração facilitando a absorção de outros gases tóxicos) e até é um bom agente extintor;
Ácido Sulfídrico – Afeta o sistema nervoso, provocando tonturas e dores no aparelho respiratório;
Dióxido de azoto – É muito tóxico e provoca paralisia da garganta.
A propagação de fumos originados num incêndio é uma das consequências mais perigosas dificultando ou até impossibilitando uma correta evacuação, pois dificulta a visibilidade, cria o pânico e provoca intoxicações que podem levar à morte.
Deteção de incêndio
Por deteção entendemos tudo o que possa ser feito para descobrir um fogo e localizá-lo num determinado ponto, é óbvio que quanto mais cedo for feita a deteção e a localização melhor.
A deteção pode ser feita por pessoas ou por equipamentos próprios, os detetores de incêndios.
Mas, por si só, a deteção de nada serve se não for seguida de um aviso dirigido aos utilizadores do local onde se está a iniciar o incêndio e, eventualmente, aos bombeiros.
Este aviso pode ser automaticamente provocado por um equipamento específico (central de incêndios) ou pode ser dado por uma pessoa.
O aviso de incêndio pode revestir diversas formas de sinalização: sirenes, campainhas, painéis ópticos/acústicos, sendo estes alguns dos modos de como a sinalização e o aviso podem ser dados.
A ligação telefónica a um corpo de bombeiros municipais ou a quaisquer outros é outra forma de aviso, que deve ser dada em conjugação com as anteriores.
A característica fundamental de qualquer deteção é que deve ser o mais precoce e rápida possível, de modo a que se active qualquer plano de evacuação e de luta contra o fogo.
Toda a deteção deve ser seguida de um alarme, e este de um plano de emergência/evacuação de pessoas e de luta contra o incêndio.
Deteção Automática de Incêndios
O sistema automático de deteção de incêndios equipado com dispositivos detetores tem vantagens sobre a deteção humana por normalmente ser mais rápida, poder exercer-se simultaneamente sobre muitas áreas ou espaços e ainda, poder exercer-se em locais não acessíveis às pessoas.
Esta deteção por norma é supervisionada por uma central que, em caso de localização de um foco de incêndio ou alarme confirmado (atuação de uma botoneira manual), dará os alarmes para os quais está programada, podendo ainda efetuar algumas funções:
- Transmitir o alarme à distância;
- Efetuar uma ligação telefónica aos bombeiros;
- Fechar ou abrir portas;
- Parar máquinas, abrir exaustores, controlar elevadores;
- Fazer iniciar o funcionamento de sistemas de extinção fixos;
- Outras funções mediante as caraterísticas do edifício protegido.
Os sistemas automáticos de deteção de incêndio “S.A.D.I.” são basicamente compostos por:
- Painel de comando e recepção – Central de deteção de incêndio;
- Dispositivos automáticos passivos – Designam-se por passivos porque é uma ação externa que dá origem ao alarme – ex.: Fogo no caso dos detetores e alarmes confirmados no caso das botoneiras;
- Dispositivos de alerta óptico e acústico – Sirenes de alarme e sinalizadores ópticos;
- Cablagem elétrica:
- Classe A – Loop ou Anel;
- Classe B – Radial – não regressa ao painel.
Existem basicamente três tipos de sistemas:
- Convencional – A ativação de um dispositivo indicará a presença de um foco de incêndio numa determinada zona do espaço protegido.
- Analógico/endereçável – A ativação de um dispositivo indicará a localização exata de um foco de incêndio – estes sistemas são ideais para a proteção de grandes áreas.
- Híbrido (Convencional + Analógico) – Estes sistemas são basicamente utilizados na remodelação e/ou ampliação de edifícios.
Dispositivos de deteção
As diferenças de desempenho dos diferentes tipos de dispositivos devem ser reconhecidas para que possam ser efetuadas as aplicações correctas.
Detetor térmico:
Existem duas classes de detetores térmicos: de temperatura fixa e termovelocimétricos:
- Detetores de temperatura fixa Têm definido o valor de temperatura a que o elemento interno de deteção deve ser aquecido antes de atuar;
- Detetores termovelocimétricos Este tipo detetor entra em alarme se a temperatura ambiente tiver um aumento de 10º a cada 5 minutos.
Detetor Óptico:
Detetor de fumos sensível aos produtos de combustão que sejam absorvidos ou dispersos por radiação infravermelha, visível e/ou ultravioleta.
A maioria dos detetores ópticos deteta fumo pelo princípio de dispersão luminosa, também conhecido por efeito de Tyndall:
- O detetor é constituído por uma câmara de fumos configurada como um labirinto. Este elemento evita a entrada de luz ambiente dentro da câmara, onde existem um emissor e um recetor de luz infravermelha posicionados de tal modo, que a luz enviada pelo emissor, em condições normais, não chega ao recetor.
- Quando o fumo entra na câmara a luz emitida é dispersa pelas partículas de fumo fazendo com que alguma luz chegue ao recetor desencadeando o alarme. Quanto maior a quantidade de fumo, maior a quantidade de luz que chega ao recetor.
Detetor de chamas UV:
O detetor de chamas UV destina-se a proteger áreas de risco onde um eventual incêndio se propagará rapidamente, com poucos estágios ou sem nenhum estágio inicial de fogo ou de chama, onde a inflamação é quase instantânea, por ex.: líquidos inflamáveis, gases combustíveis, produtos petroquímicos, etc.
Detetor de chamas por infravermelhos:
Os detetores de chamas por infravermelhos são utilizados para a deteção de fogo aberto em espaços interiores ou exteriores.
Estes detetores são especialmente adequados para incêndios líquidos e gases que não produzem fumo, bem como para incêndios de materiais que contem carbono e desenvolvem fumo espesso.
São normalmente aplicados em armazéns industriais de grandes dimensões, refinarias de petróleo, salas de máquinas, centrais eléctricas, gráficas, armazéns de madeira, túneis de metropolitano, etc.
Botoneira de alarme manual:
Uma Botoneira de Alarme Manual de Incêndio serve para que o utilizador, confrontado com a presença de um foco de incêndio, faça disparar o alarme de incêndio.
O princípio de funcionamento é baseado na quebra do vidro incorporado, que tem como resultado o envio para a central de um sinal de alarme, acendendo também um led de sinalização de atuação.
Sinalética
- Proibição – Proíbem um comportamento/ação;
- Obrigação – Impõem um comportamento;
- Aviso – Advertem de um perigo ou risco;
- Salvamento ou Socorro – Dão indicações sobre saídas de emergência ou meios de socorro e salvamento.
É essencial conseguir-se uma correta sinalização de todas as vias de evacuação, saídas e saídas de emergência.
Pretende-se garantir uma rápida evacuação sem pânico, pelo que é fundamental que, de qualquer ponto de onde nos encontremos, seja sempre visível um sinal de emergência.
Os meios de extinção, essenciais numa primeira intervenção em caso de incêndio, deverão ser criteriosamente sinalizados, garantindo-se que, de qualquer forma, se vejam os sinais que indicam a sua exata localização.
Utilizar-se-ão para esta sinalização os sinais de equipamentos, a 2 ou 2,2 metros do solo (ou mais alto quando em grandes áreas). Quando o equipamento não seja visível utilizar-se-ão sinais com setas, indicando o sentido a percorrer para se chegar aos equipamentos de luta contra incêndio.
Ao se proceder a uma análise de risco identificam-se os perigos existentes, os quais deverão ser sinalizados usando os sinais de advertência de perigo.
De modo a minimizar o perigo, dever-se-ão proibir todos os comportamentos e ações que possam agravar o risco, utilizando para tal os sinais de perigo.
Para se garantir o uso de todos os equipamentos de proteção individual necessários, dever-se-à sinalizá-los com os sinais de obrigação.
Garantem-se assim, em caso de incêndio, as melhores condições de saída, diminuindo os riscos de pânico e, consequente, a perda de vidas.